Ana Carla Soler

Solar (2021)

  Quais marcas temos, quais marcas escolhemos ter? “Solar” existe a partir de arames farpados à mão de forma exaustiva. Esse objeto, o arame farpado, é referência de segurança preso aos muros das casas. Na obra é delicado, parece leve ao se sustentar por apenas uma linha de nylon presa ao teto. É composto por círculos – cistos – que se expandem e crescem. Um cisto pequeno vai ficando maior e maior.

   As tranças de arame ganharam seus farpados pouco a pouco. Encontrando cada lugar em todas as linhas mescladas. No aro maior, três tranças de arame farpado se cruzam, muitas linhas e muitos farpados pequenos e afiados estão ali. No círculo médio, duas tranças de arame farpado se encontram, outra rede se forma, em menor tamanho. Ao centro, um anel único com apenas 3 farpados. Quando se vê ao longe, “Solar” mostra apenas os círculos que se complementam e orbitam entre si em um movimento de contínua translação. Conforme os olhos conseguem tocar os detalhes, identificamos pequenos pontos afiados. Cada farpa é pequena, única, mas juntas, unidas pelas tranças, formam um elemento de proteção.

   É um sistema que se forma em círculos, em bolhas, em conjuntos e grupos. E cria novos sistemas ao girarem entre si. Talvez o sistema da arte esteja também já preenchido pelo metal forjado de uma forma de pensar, agir e definir. Quem pode furar a bolha?

   Tantas farpas, tão afiadas.

   Depois de circular e circular o trabalho, uma nova camada se abre: ele rasga, perfura e, talvez, machuca? Esses círculos por um descuido cortam a pele. Para mover o objeto, uma forma de resposta: você pode se machucar. Para pendurar na sala expositiva, pode cortar o braço. Ao movê-lo do chão, pode rasgar a perna. Agora essa rede cria, então, proteção.

   Distante não é possível observar os detalhes e perto demais há que tomar cuidado.

  Quais marcas temos, quais marcas escolhemos ter? “Solar” existe a partir de arames farpados à mão de forma exaustiva. Esse objeto, o arame farpado, é referência de segurança preso aos muros das casas. Na obra é delicado, parece leve ao se sustentar por apenas uma linha de nylon presa ao teto. É composto por círculos – cistos – que se expandem e crescem. Um cisto pequeno vai ficando maior e maior.

   As tranças de arame ganharam seus farpados pouco a pouco. Encontrando cada lugar em todas as linhas mescladas. No aro maior, três tranças de arame farpado se cruzam, muitas linhas e muitos farpados pequenos e afiados estão ali. No círculo médio, duas tranças de arame farpado se encontram, outra rede se forma, em menor tamanho. Ao centro, um anel único com apenas 3 farpados. Quando se vê ao longe, “Solar” mostra apenas os círculos que se complementam e orbitam entre si em um movimento de contínua translação. Conforme os olhos conseguem tocar os detalhes, identificamos pequenos pontos afiados. Cada farpa é pequena, única, mas juntas, unidas pelas tranças, formam um elemento de proteção.

   É um sistema que se forma em círculos, em bolhas, em conjuntos e grupos. E cria novos sistemas ao girarem entre si. Talvez o sistema da arte esteja também já preenchido pelo metal forjado de uma forma de pensar, agir e definir. Quem pode furar a bolha?

   Tantas farpas, tão afiadas.

   Depois de circular e circular o trabalho, uma nova camada se abre: ele rasga, perfura e, talvez, machuca? Esses círculos por um descuido cortam a pele. Para mover o objeto, uma forma de resposta: você pode se machucar. Para pendurar na sala expositiva, pode cortar o braço. Ao movê-lo do chão, pode rasgar a perna. Agora essa rede cria, então, proteção.

   Distante não é possível observar os detalhes e perto demais há que tomar cuidado.

     Ana Carla Soler é graduanda em História da Arte pela UERJ, graduada em relações públicas pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Direção e Gestão de Marketing pela Universidade de Barcelona. Tem sua pesquisa direcionada à presença das mulheres no ensino e sistema da arte e busca trazer reflexões sobre os apagamentos históricos, possibilidades de releituras e novas narrativas para a história e o sistema em que a produção artística está inserida. É iniciante em pesquisa científica pela UERJ e co-criadora do projeto “Elas Estão Aqui” (@elasestaoaquinaarte). Atualmente é responsável pela programação de exposições do Espaço Villa Mandaçaia, consultora de estratégia para institutos de arte e ministra cursos de comunicação digital para artistas e espaços de arte no Instituto Adelina e nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade. Foi curadora das exposições “Nós Dizemos Resistência” no Centro Cultural da Diversidade e “É preciso ultrapassar” na Villa Mandaçaia. Fez assistência de curadoria das exposições “Projeto Mirante”, no MAC Niterói, e “MITA: cosmologias da Diversidade”, no Centro Cultural da Diversidade, com o artista e curador Felippe Moraes e na “Ministério da Solidão”, nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, e “Ser Paisagem”, no Massapê Projetos, com a curadora Julia Lima. Atuou nas exposições “Espaços do Ainda” no Paço Imperial – RJ com o professor e curador Luiz Cláudio da Costa e em “Forma Temporale” no Museu Nacional de Belas Artes com a artista italiana Martina Merlini. 

Ana Carla Soler é graduanda em História da Arte pela UERJ, graduada em relações públicas pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Direção e Gestão de Marketing pela Universidade de Barcelona. Tem sua pesquisa direcionada à presença das mulheres no ensino e sistema da arte e busca trazer reflexões sobre os apagamentos históricos, possibilidades de releituras e novas narrativas para a história e o sistema em que a produção artística está inserida. É iniciante em pesquisa científica pela UERJ e co-criadora do projeto “Elas Estão Aqui” (@elasestaoaquinaarte). Atualmente é responsável pela programação de exposições do Espaço Villa Mandaçaia, consultora de estratégia para institutos de arte e ministra cursos de comunicação digital para artistas e espaços de arte no Instituto Adelina e nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade. Foi curadora das exposições “Nós Dizemos Resistência” no Centro Cultural da Diversidade e “É preciso ultrapassar” na Villa Mandaçaia. Fez assistência de curadoria das exposições “Projeto Mirante”, no MAC Niterói, e “MITA: cosmologias da Diversidade”, no Centro Cultural da Diversidade, com o artista e curador Felippe Moraes e na “Ministério da Solidão”, nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, e “Ser Paisagem”, no Massapê Projetos, com a curadora Julia Lima. Atuou nas exposições “Espaços do Ainda” no Paço Imperial – RJ com o professor e curador Luiz Cláudio da Costa e em “Forma Temporale” no Museu Nacional de Belas Artes com a artista italiana Martina Merlini.