Sem título (2022)
Quando absorvidos por uma composição cromática abstrata, podemos nos deixar levar por uma imagem para ver as cores darem coisas, indicando-nos caminhos. Tais caminhos são como arranjos de mapas produtores de imagens de toda e qualquer coisa possível. A coisa. Ótima palavra para se referir a tudo. No mapa, há uma orientação. E na composição cromática também. Nossos olhos perfazem caminhos sugeridos de uma cor à outra, de um elemento da cartografia a outro, para quem erra por ela.
Errar em um território pictórico é mais do que percorrer com os olhos um espaço e depois outro. É entregar-se à criação de imagens uma após a outra. É deixar-se levar, em estado de prontidão, pelas sugestões da cor e do espaço abstrato para encontrar imagens, seja em que estado estiverem. Pois elas às vezes podem inspirar coisas já familiares; outras vezes, anunciam o espaço simplesmente, preenchido pela cor.
Há, então, uma escrita em língua que só pode ser experimentada por cada um em particular. E o ato de decifrar essa escrita é a sua própria fruição…
Uma planta baixa ou um corte longitudinal nos mostram de maneira plana objetos que sabemos serem tridimensionais. Quem confecciona a planta, escolhe vê-los de maneira plana e escolhe exatamente a partir de qual plano (dentre os infinitos que os compõem) deseja que nós os enxerguemos. Se uma cor cobrir o plano mais exterior, ela vem como que preencher o objeto inteiro, conferindo-lhe talvez até mesmo uma certa massa, apesar de a cor ser idealmente imaterial.
Na busca por encontrar um equilíbrio cromático, o olho é levado aqui a percorrer um mapa de espaços delimitados por cores, resultando em formas que estão, por seu lado, no limite de ser alguma coisa: podem ser uma coisa, outra, ou quase outra. O olhar, assim, é convidado a situar-se no limite entre figura e não-figura.
Quando absorvidos por uma composição cromática abstrata, podemos nos deixar levar por uma imagem para ver as cores darem coisas, indicando-nos caminhos. Tais caminhos são como arranjos de mapas produtores de imagens de toda e qualquer coisa possível. A coisa. Ótima palavra para se referir a tudo. No mapa, há uma orientação. E na composição cromática também. Nossos olhos perfazem caminhos sugeridos de uma cor à outra, de um elemento da cartografia a outro, para quem erra por ela.
Errar em um território pictórico é mais do que percorrer com os olhos um espaço e depois outro. É entregar-se à criação de imagens uma após a outra. É deixar-se levar, em estado de prontidão, pelas sugestões da cor e do espaço abstrato para encontrar imagens, seja em que estado estiverem. Pois elas às vezes podem inspirar coisas já familiares; outras vezes, anunciam o espaço simplesmente, preenchido pela cor.
Há, então, uma escrita em língua que só pode ser experimentada por cada um em particular. E o ato de decifrar essa escrita é a sua própria fruição…
Uma planta baixa ou um corte longitudinal nos mostram de maneira plana objetos que sabemos serem tridimensionais. Quem confecciona a planta, escolhe vê-los de maneira plana e escolhe exatamente a partir de qual plano (dentre os infinitos que os compõem) deseja que nós os enxerguemos. Se uma cor cobrir o plano mais exterior, ela vem como que preencher o objeto inteiro, conferindo-lhe talvez até mesmo uma certa massa, apesar de a cor ser idealmente imaterial.
Na busca por encontrar um equilíbrio cromático, o olho é levado aqui a percorrer um mapa de espaços delimitados por cores, resultando em formas que estão, por seu lado, no limite de ser alguma coisa: podem ser uma coisa, outra, ou quase outra. O olhar, assim, é convidado a situar-se no limite entre figura e não-figura.
Pedro Augusto Carelli nasceu em 1975, no Rio de Janeiro. Estudou Filosofia na UFRJ e Artes Visuais na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e também na UERJ. Possui trabalhos em pintura e fotografia abstratas, desenho e videoarte. Seu trabalho em pintura acrílica tem como ponto de partida um desenho abstrato que vai sendo modificado à medida que a composição cromática vai tomando forma. Seu interesse principal na pintura abstrata é deixar-se guiar pela cor, a fim de explorar os limites entre figuratividade e abstração. Mantém seu estúdio no Centro do Rio de Janeiro.
Pedro Augusto Carelli nasceu em 1975, no Rio de Janeiro. Estudou Filosofia na UFRJ e Artes Visuais na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e também na UERJ. Possui trabalhos em pintura e fotografia abstratas, desenho e videoarte. Seu trabalho em pintura acrílica tem como ponto de partida um desenho abstrato que vai sendo modificado à medida que a composição cromática vai tomando forma. Seu interesse principal na pintura abstrata é deixar-se guiar pela cor, a fim de explorar os limites entre figuratividade e abstração. Mantém seu estúdio no Centro do Rio de Janeiro.